Working Papers

"Popular Movements in the Context of the Consolidation of Democracy"

Author
Ruth Corrêa Leite Cardoso
Abstract

Abstract

This paper addresses the role of popular movements in the consolidation of democracy in Brazil in the context of traditional clientelism. The author stresses the need to change the political culture and create space for the assertion of full citizenship rights. She examines the process of negotiation among the movements, political parties, and the state apparatus, and the conflicts that arise, with the aim of reaching an understanding of how new sociopolitical identities are forged. In order to survive, community groups must both act pragmatically, making use of their most effective contacts, and at the same time adopt an ideological stance that affirms their autonomy. Moreover, while the groups all emerged from a common experience of exclusion, there is considerable diversity in both their negotiating strategies and their specific objectives. Despite these tensions, the author concludes that when space for participation opens, changes in the balance of power do occur and a degree of popular autonomy becomes possible. Without corresponding institutional changes, however, the changes occur haphazardly and the autonomy gained remains vulnerable and precarious.

Resumo

Este trabalho discute o papel dos movimentos populares na consolidação da democracia no Brasil, no contexto do clientelismo tradicional. A autora realça a necessidade tanto de mudança da cultura política quanto de criação do espaço para a afirmação de plena cidadania. Ela examina, também, o processo de negociação entre os diversos movimentos populares, os partidos políticos, o aparato estatal, bem como os conflitos que emergem em tal negociação, com o objetivo de alcançar uma compreensão da maneira pela qual as novas identidades sócio-políticas são forjadas. A fim de sobreviverem, grupos comunitários precisam tanto agir pragmaticamente quanto adotar uma postura ideológica capaz de afirmar sua autonomia. Conquanto todos os grupos tenham emergido de uma experiência comum de exclusão, eles apresentam considerável diversidade, tanto nas estratégias de negociação quanto em seus objetivos específicos. A despeito dessas tensões, a autora conclui que quando se abre o espaço para a participação, mudanças ocorrem que alteram o equilíbrio do poder, e torna possível certo grau de autonomia popular. Face à ausência de correspondentes mudanças institucionais, contudo, as mudanças efetuadas pelos movimentos populares somente ocorrem casualmente e a autonomia alcançada permanece vulnerável e precária.